quarta-feira, dezembro 31, 2008 

Em 2009, Recomeça...



Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga

PS: Amanhã adiciono a foto. A INTERNET anda a passo de caracol cansado...


quarta-feira, dezembro 24, 2008 

Feliz Natal!


Respira-se paz. O ambiente está tranquilo. A cidade está num frenesim próprio da época que vivemos. As ruas de Díli estão mais animadas e a noite não se apresenta tão calada nem tão triste como nos anos passados. E dos distritos não há notícia de caos. Pelo que, contrariando o que li sobre um artigo publicado em Sidney, por mais que me esforce – e o dia está claro e luminoso! – não consigo descortinar o tal ambiente de caos e de anarquia que alguém viu ou vê em Timor.
O que não quer dizer que não persistam alguns problemas que necessitam efectivamente de solução.
Sim, reparei que a notícia preconiza que as forças internacionais devam ficar aqui por mais algum tempito. Concordo que é preciso que fiquem. Mas, o que seria desnecessário era que se pintasse a manta de tão negro para que tal aconteça. Especialmente porque os pintores ou tecelões da manta devem ser os dos mesmos olhos desatentos de quem não previu o atentado ao Presidente Ramos-Horta...
E, pronto, depois disto, Feliz Natal!


terça-feira, dezembro 23, 2008 

Crianças








Natal é tempo de paz, de generosidade, de reflexão...
Qual será o futuro destas crianças de Timor-Leste?

domingo, dezembro 21, 2008 

Tempo de Natal

Aqui e além já se vêem alguns presépios. A avenida do aeroporto tem iluminações alusivas à época. Desta vez, diferentemente dos outros anos, o Palácio do Governo vestiu-se a preceito. Um primor! Muitas luzes, um grande presépio e uma imensa árvore de Natal. Do outro lado da cidade, na Rotunda do Aeroporto, o “monumento dos açafates” vestiu-se de árvore de Natal. E quando há energia para estas bandas – o que acontece umas horas num dia -, o sítio enche-se de populares que não se cansam de a apreciar.
E, a propósito de ornamentações, por entre as luzes da noite ou em pleno dia, caía – ou ainda cai? - triste e rota uma bandeira partidária que não merecia tão triste sorte. Ninguém se atreveu a tirá-la do sítio e, só por isso, quem a colocou lá no alto deveria tirar daí as devidas ilações. Afinal, para que precisa um partido histórico de andar a semear bandeiras pela cidade?
O tempo é de crise, sabe-se. Mas faz muito bem ao ego que haja quem se tenha lembrado de que nós, timorenses, somos como os demais povos do Mundo: também gostamos do que é bonito, leve e colorido, mesmo quando a Vida é triste, cinzenta e dura. É bom que alguém se tenha lembrado de que até os pequenos nadas são fonte de alegria para aqueles que, durante anos e anos se habituaram a conviver com o discurso de que temos de preparar os tempos dos nossos netos…
E pronto, varreu-se-me o resto do raciocínio substituído por outro surgido ao arrepio de uma primeira qualquer letra que estava para ser teclada de tão pertinente que é e que tem a ver com a pergunta que me fazia sempre que ouvia o repetido discurso argumentativo das razões do contínuo aperto do cinto em prol do futuro e dos netos:
Se não houver quem cuide do nosso presente, se se mantiver a altíssima taxa de mortalidade infantil e materna, se os timorenses continuarem a sofrer de má nutrição, se a esperança de vida é tão curta, será possível que, as que não morram à nascença e comam uns pedaços de mandioca na única refeição de um dia inteiro ou, na melhor das hipóteses, arroz e “modo fila” todos os dias disfarçado de pedacitos mínimos de carne uma vez em dia de Quase-São-Nunca, perguntava eu de mim para mim: será que eles chegarão a ter netos?